Tá decidido. Não posso mais voltar atrás. Fiz essa promessa quando resolvi seguir em frente. Declarei a guerra entre o meu cérebro e coração. Guardei as lembranças na última gaveta da estante da sala nova. Tirei das caixas meus maiores sonhos. Arrumei a mesa. Olhei o espaço vazio na cadeira sem saber o que fazer. Imaginei um milhão de pessoas sentadas lá. Inclusive você implicando comigo como todas as tardes que passávamos juntos. Como eu queria me lembrar de como era antes. Sussurrei para o espelho: Onde foi que escondi o meu eu sem você?
Vi pela janela nuvens se aproximando. Choveu por semanas dentro de mim. Transbordei e ninguém nem percebeu. A dor me fez criança. Mostrou o quanto ainda tenho que aprender. Foi aí que fechei os olhos e parei de perguntar o por que.
Decidi agradecer e desejar o melhor pra nós dois. Que o destino saiba exatamente o que está fazendo e que as nossas lembranças continuem de alguma forma nos unindo. E que principalmente, a vida não perca seu sentido. Literalmente.