domingo, 12 de fevereiro de 2012

aqui dentro

Tá decidido. Não posso mais voltar atrás. Fiz essa promessa quando resolvi seguir em frente. Declarei a guerra entre o meu cérebro e coração. Guardei as lembranças na última gaveta da estante da sala nova. Tirei das caixas meus maiores sonhos. Arrumei a mesa. Olhei o espaço vazio na cadeira sem saber o que fazer. Imaginei um milhão de pessoas sentadas lá. Inclusive você implicando comigo como todas as tardes que passávamos juntos.  Como eu queria me lembrar de como era antes. Sussurrei para o espelho: Onde foi que escondi o meu eu sem você?
Vi pela janela nuvens se aproximando. Choveu por semanas dentro de mim. Transbordei e ninguém nem percebeu. A dor me fez criança. Mostrou o quanto ainda tenho que aprender. Foi aí que fechei os olhos e parei de perguntar o por que.
Decidi agradecer e desejar o melhor pra nós dois. Que o destino saiba exatamente o que está fazendo e que as nossas lembranças continuem de alguma forma nos unindo. E que principalmente, a vida não perca seu sentido. Literalmente.

domingo, 5 de fevereiro de 2012

Tudo isso tinha que terminar.

Sem fortuna e sem favores, não há ninguém aqui para nos salvar. Porque eu vi o sol nascer em dias melhores. Eu te peço pra esperar o sol nascer novamente." Há sempre melhores maneiras do que essa " você disse. Então apenas diga para mim, eu quero que você apenas diga pra mim. Eu não vou fingir que eu fiz o melhor que pude, é uma vergonha terrível. Porque eu não gosto para onde isso está indo. Eu sei que tudo isto está prestes a se aprofundar. Bem, perdoe me se eu não fui o suficiente. 
Você não era a unica coisa aqui, também não era a unica coisa que eu me importei. Mesmo quando eu tiver que partir, você sempre esteve nos meus pensamentos. Eu não consigo carregar as coisas desse jeito, quando o que eu mais queria era ficar. Isso teve seus efeitos sobre mim. Eu só preciso de um sinal para me dizer que estou bem. Então quem sou eu pra dizer 'eu sei exatamente como você se sente' porque eu não sei. Eu me escondo debaixo do peso, porque eu estou tão envergonhada. Parece estar tudo bem, eu poderia muito bem estar morta. Esta é a parte onde eu te imploro para ficar, mas essas palavras nunca conseguiram sair da minha boca. Você virou as costas e foi embora. Seja livre esta noite, aproveite o tempo para desfrutar de todos os momentos. Não desperdice sua vida comigo, porque sempre sabemos que dá próxima tudo estará acabado. Tudo que eu queria fazer era te dizer a verdade, mas isso teve seus efeitos. Eu poderia ter dito. Mas um tempo, um tempo é tempo de mais. Não é pra sempre, o pra sempre sempre se vai. 
Tudo isto tem que acabar. Tudo isto terminou de acabar

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Fora de todas aquelas ruas, daquelas clareiras sem fim. Dormindo com o peso, abraçada com o medo é uma sorte para os corajosos. Eu posso facilmente dizer que nunca irá mudar ! Mas estou sendo implacável e tento não apagar as chamas. Você não diria que o mundo tem cuspido em você o suficiente. Orações sem respostas, dormindo sob o escuro interminavel. E eu não entendo o perigo de falar disso. Todas as noites, você salvou cada horizonte, porque a esperança não me larga. Apenas fui o suficiente para que você possa ter a chance de não se arrepender de tudo. Juro por Deus que eu acredito que nós tivemos o bastante para tentar salvar tudo isso. Você me ouviu, nós tivemos o bastante. Mas nem todo o amor do mundo é suficiente, não é? Tudo bem, eu vou seguir em frente nesta estrada torturosa. Se é superar que você espera de mim, assim vai ser. Porque agora é assim que nós vamos fechar o espetáculo, então sente e escute, pois ainda não acabou ! Você acha que sabe sobre nós. Bem, você não sabe merda nenhuma.

domingo, 12 de junho de 2011

Esperança Amarela





A noite estava completa, havia lágrimas no travesseiro gotejando sem parar. 
Outro momento decisivo.
E o tempo costumava agarrar forte nos seus pulsos e arrastra-la sem parar.
Oi, estamos no presente, a vida continua com ou sem.
Doía, mas nada já importava, porque já conhecia a sensação da falta.
Os gritos de ódio que arranhavam sua garganta não lhe machucavam.
Eram lamentos de culpa, culpa de existir.
Inútil, porque essa raiva virava lágrimas de amor que gotejavam sem parar.
Cansada, cansada de desgastar tempo.
Exausta de perder a esperança amarela.
Vamos culpar o mundo para todo o sempre, culpar os maus feitos...
Culpar o orgulho, por não deixar admitir os nossos erros...
Culpar o destino por não nos deixar continuar juntos por sempre.
O tempo esgotou, meu amor.
O nosso amor se tornou gelo.
Gelo, que não dá para quebrar.
Gelo duro de mais.
Gelo inutilmente culpado.
Só nos resta chorar, meu bem, somente chorar.
Por que as estrelas nunca mais brilharam como seu sorriso.
Essa sorte escapou, meu amor, me desculpe, me desculpe.
Chegou o fim, o fim inesperado, querido...
O fim inevitável
Onde histórias de amor acabam inacabadas.
Desculpe amor, desculpe.
O café com leite de rosas acabou.
O pudim, doce como nuvens terminou.
Em um presente atormentado, sua esperança amarela continuava plantada no seu peito.
Corra, amor, recupere-a.
Mas, ninguém apareceu, apenas palavras erradas que afundou o barco com gelo.
E sua esperança amarela foi jogada no vento.
Agora ela reza por uma salvação inútil.
Sua alma está apodrecendo na solidão.

Contemplando as estrelas, desejando que onde estiver, esteja contemplando-as também.
Terras diferentes, mentes diferentes.
Saiba amor, elas querem gritar para você o quanto te amei e o quanto te amo!
Não importa que não queira saber. Elas estarão sempre ai para lhe lembrar.
Jogue essa sorte nos céus, porque a esperança amarela se foi, querido.
Se foi.
 

sexta-feira, 29 de abril de 2011

pieces of you

Conforme o tempo foi passando, a situação mudou inutilmente milhões de maneiras diferentes. Nenhuma adiantou. Todas retrataram a dor e insatisfação. Onde sempre tudo terminava no mesmo final... Drogar-se dos outros, da maresia, do céu estrelado sem alguém do lado. Apenas aturar o peso, em silêncio. Continuar a sentir as mentiras como facas, as promessas como cristais frágeis.
" É, definitivamente muito frágeis ", terminou de pensar.
Não havia outra opção, deveria se calar e sofrer. O suor frio da corrida fez seu corpo tremer.
" Nunca vou entender porque continuo voltando para casa querendo fingir ser alguém "
Passou pelo portão, e andou pelo quintal que parecia sem fim. Não tinha ninguém em casa, isso a deixou mais calma. Explicar seu humor não iria ajudar naquele momento, preferia ficar calada, apesar de detestar o silêncio.
Estava amarga com a simplicidade da solução. Mas era melhor que a esperança. Conseguiria sobreviver, sabia disso. Lutava com as lembranças a cada segundo sem fim e quando se envolvia, se obrigava a sair. Mas isso não evitava uma ferida abrir.
" Lembranças. Quem precisa delas? O que fica atrás deveria permanecer atrás, não é justo ser atormentada nos momentos de fraqueza "
Não queria se permitir ser ridícula, ficava com a cabeça fria sempre que podia. Um banho resolveria isso, pensou. Levantou do sofá e se trancou no banheiro. No espelho só via as olheiras se apoderando do rosto cansado e vulnerável. Ligou o chuveiro calmamente, tremendo pelo impacto do seu corpo frio e a água quente. Ficou parada durante uns minutos. A verdade a queimava junto a cada gota caída na sua pele. Precisava fazer alguma coisa. Antes de lembrar qualquer coisa que a machuca-se novamente. Tomou banho se concentrando em cada passo e saiu correndo para o quarto. No desespero da busca pelo encontro desencontrado. Se vestiu rapidamente minimizando os pensamentos confusos.
Já nada importava, o tempo se escapava, não conseguia ser consciente disso. Pelo menos estava no mesmo lugar, em outras ocasiões se encontrava em lugares aos que não sabia como tinha chegado. Mas dessa vez a sua mente estava clara, sabia o que tinha que fazer.
" Enfim... Só aqueles que não sabem onde vão, querem saber de onde vem, nê? " Se perguntou.
E dessa vez uma certeza se espalhou pelo seu peito. Dessa vez ela sabia muito bem onde iria.