Conforme o tempo foi passando, a situação mudou inutilmente milhões de maneiras diferentes. Nenhuma adiantou. Todas retrataram a dor e insatisfação. Onde sempre tudo terminava no mesmo final... Drogar-se dos outros, da maresia, do céu estrelado sem alguém do lado. Apenas aturar o peso, em silêncio. Continuar a sentir as mentiras como facas, as promessas como cristais frágeis.
" É, definitivamente muito frágeis ", terminou de pensar.
Não havia outra opção, deveria se calar e sofrer. O suor frio da corrida fez seu corpo tremer.
" Nunca vou entender porque continuo voltando para casa querendo fingir ser alguém "
Passou pelo portão, e andou pelo quintal que parecia sem fim. Não tinha ninguém em casa, isso a deixou mais calma. Explicar seu humor não iria ajudar naquele momento, preferia ficar calada, apesar de detestar o silêncio.
Estava amarga com a simplicidade da solução. Mas era melhor que a esperança. Conseguiria sobreviver, sabia disso. Lutava com as lembranças a cada segundo sem fim e quando se envolvia, se obrigava a sair. Mas isso não evitava uma ferida abrir.
" Lembranças. Quem precisa delas? O que fica atrás deveria permanecer atrás, não é justo ser atormentada nos momentos de fraqueza "
Não queria se permitir ser ridícula, ficava com a cabeça fria sempre que podia. Um banho resolveria isso, pensou. Levantou do sofá e se trancou no banheiro. No espelho só via as olheiras se apoderando do rosto cansado e vulnerável. Ligou o chuveiro calmamente, tremendo pelo impacto do seu corpo frio e a água quente. Ficou parada durante uns minutos. A verdade a queimava junto a cada gota caída na sua pele. Precisava fazer alguma coisa. Antes de lembrar qualquer coisa que a machuca-se novamente. Tomou banho se concentrando em cada passo e saiu correndo para o quarto. No desespero da busca pelo encontro desencontrado. Se vestiu rapidamente minimizando os pensamentos confusos.
Já nada importava, o tempo se escapava, não conseguia ser consciente disso. Pelo menos estava no mesmo lugar, em outras ocasiões se encontrava em lugares aos que não sabia como tinha chegado. Mas dessa vez a sua mente estava clara, sabia o que tinha que fazer.
" Enfim... Só aqueles que não sabem onde vão, querem saber de onde vem, nê? " Se perguntou.
E dessa vez uma certeza se espalhou pelo seu peito. Dessa vez ela sabia muito bem onde iria.
sexta-feira, 29 de abril de 2011
domingo, 24 de abril de 2011
Sem Mérito
'Eu não tenho porque me importar' , ela repetiu para si mesma. Era a terceira vez que falava isso em voz alta. Tentando se convencer de algo que no fundo sabia que era o contrário. Não estava causando o efeito que queria, e isso a deixava nervosa. A paisagem em sua frente fazia seus olhos se perderem. O sol enfim dava sua despedida silenciosa ao céu, deixando o mar em um tom cinza que acolhia qualquer pensamento. Apoiava-se na suas pernas, encolhida pelo frio daquele entardecer. A maquiagem da noite anterior ainda estava grudada nos olhos pouco abertos e a roupa de ontem cheirava a cigarro.
Precisava logo entender porque se sentia assim. Não sabia onde mais esconder-se dela mesma. Agora não tinha como negar a dor que interrompia todos os seus dias. Ela queria correr de alguém, só ainda não entendia de quem. Tantos lugares conhecidos, tantas pessoas queridas. Queria estar com todas elas, e ao mesmo tempo livrar-se de cada uma delas. O fato dela se apegar a qualquer um, não explicava a dor sentida naquele momento.
Desceu o olhar para a direita e viu um casal andando tranquilamente pela praia. Ameaçou um riso. Devia ser a única sentada na areia apreciando o pôr-do-sol. Nem ligou. Do mesmo modo que não ligava para suas roupas sujas e o banho não tomado. Não ligava para nada.
Não conseguia ignorar o fato de que o medo arranhava seu estômago como uma faca. E que a dor do amor que sentia, estava deixando-a louca. Ela guardava tudo para não esquecer, apesar de procurar excluir varias lembranças para recuar a mágoa que restava do seu passado. ' Como consegui chegar tão abaixo ? ', se perguntou silenciosamente. Não sabia. Queria poder se livrar de tudo e seguir em frente sem mais confusões. Mas, não havia como. Estava procurando saídas onde não tinha, se encontrava na direcção contrária. Sempre errando o caminho.
Ela procurava uma desculpa para sentir mais necessidade de fugir daquele lugar. Ninguém lhe dava essa desculpa, mas ela não cansava de procurar.
Podia correr de qualquer um que a ameaçasse, podia tentar lutar com alguém que odiava. Todas as suas reacções sempre foram direccionadas a esse tipo de pessoas - os inimigos. Mas ela amava as pessoas que estavam-lhe machucando... Não restavam opções. Como conseguiria correr, como conseguiria lutar, quando fazer isso machucaria às pessoas que ama?
O silêncio era extremo, já tinha escurecido. As estrelas brilhavam. Observou cada uma, analisando sua situação. Procurando a aqueles que possam agregar mais um pedaço no seu quebra-cabeças. Procurando-se a si mesma em cada um deles. Tratando de completar o que falta. Tratando de procurar respostas. Tratando de encher vazios.
Precisava logo entender porque se sentia assim. Não sabia onde mais esconder-se dela mesma. Agora não tinha como negar a dor que interrompia todos os seus dias. Ela queria correr de alguém, só ainda não entendia de quem. Tantos lugares conhecidos, tantas pessoas queridas. Queria estar com todas elas, e ao mesmo tempo livrar-se de cada uma delas. O fato dela se apegar a qualquer um, não explicava a dor sentida naquele momento.
Desceu o olhar para a direita e viu um casal andando tranquilamente pela praia. Ameaçou um riso. Devia ser a única sentada na areia apreciando o pôr-do-sol. Nem ligou. Do mesmo modo que não ligava para suas roupas sujas e o banho não tomado. Não ligava para nada.
Não conseguia ignorar o fato de que o medo arranhava seu estômago como uma faca. E que a dor do amor que sentia, estava deixando-a louca. Ela guardava tudo para não esquecer, apesar de procurar excluir varias lembranças para recuar a mágoa que restava do seu passado. ' Como consegui chegar tão abaixo ? ', se perguntou silenciosamente. Não sabia. Queria poder se livrar de tudo e seguir em frente sem mais confusões. Mas, não havia como. Estava procurando saídas onde não tinha, se encontrava na direcção contrária. Sempre errando o caminho.
Ela procurava uma desculpa para sentir mais necessidade de fugir daquele lugar. Ninguém lhe dava essa desculpa, mas ela não cansava de procurar.
Podia correr de qualquer um que a ameaçasse, podia tentar lutar com alguém que odiava. Todas as suas reacções sempre foram direccionadas a esse tipo de pessoas - os inimigos. Mas ela amava as pessoas que estavam-lhe machucando... Não restavam opções. Como conseguiria correr, como conseguiria lutar, quando fazer isso machucaria às pessoas que ama?
O silêncio era extremo, já tinha escurecido. As estrelas brilhavam. Observou cada uma, analisando sua situação. Procurando a aqueles que possam agregar mais um pedaço no seu quebra-cabeças. Procurando-se a si mesma em cada um deles. Tratando de completar o que falta. Tratando de procurar respostas. Tratando de encher vazios.
domingo, 17 de abril de 2011
O Funeral
Estou chegando apenas para te segurar.
Te conhecer é difícil e nos perguntamos.
Nos conhecer tão no incorreto, estávamos.
É realmente muito tarde para ligar pelo que esperamos.
De manhã para te acordar é tudo o que temos.
Para os de fora os mortos se vão e desvanecem.
Antes de que morressem,
tinham árvores para pendurar sua esperança.
Em cada ocasião, uma vez mais se chama funeral.
Em cada ocasião, um brilhante dia de funeral.
Te conhecer é difícil e nos perguntamos.
Nos conhecer tão no incorreto, estávamos.
É realmente muito tarde para ligar pelo que esperamos.
De manhã para te acordar é tudo o que temos.
Para os de fora os mortos se vão e desvanecem.
Antes de que morressem,
tinham árvores para pendurar sua esperança.
Em cada ocasião, uma vez mais se chama funeral.
Em cada ocasião, um brilhante dia de funeral.
( Band of Horses )
quarta-feira, 13 de abril de 2011
Seguimos
Podemos não querer, mas seguimos, sempre seguimos..
Vivemos sempre nossas vidas de jeitos diferentes. Mas nunca somos tão diferentes quanto pensamos ! Todos seguimos, todos continuamos. Nós sempre viveremos nossas vidas, levaremos socos todos os dias. Mas seguimos vivendo nossas vidas, seguimos, simplesmente seguimos...
E mesmo que não se encontre a solução no momento, sempre encontraremos, porque sempre seguimos. Encontraremos um jeito, encontrará sempre um jeito ! Porque seguimos, seguimos mesmo sem querer . É uma lei, não uma escolha.. E mesmo que ninguém me entenda, sim eu acredito em cada um de vocês. Todos sentimos, todos desejamos e todos somos puros. O que não queremos entender .. é que seguimos, sempre seguimos. Escolhas não nos são dadas, sem heróis sempre fica a nossa decisão. É ficarmos erguidos e lutarmos por nos mesmos.
Acordar destruídos e quebrados, apenas para ver o que o destino tem para falar. Seguimos, simplesmente seguimos.
Um desses dias que tudo vem ao mesmo tempo, um desses dias que se vão para sempre. Acha que sou louca .. mas sempre SEGUIMOS ! seja quanto mais a dor bate, seja quanto mais a dor machuca... Seguimos, sempre seguimos. É sobre você, é sobre mim, é sobre todos. É sobre o que eu disse.. Seguimos sem querer, paramos por querer, mas sempre seguimos e isso é LEI.
uma desculpa
Não tenho dormido ultimamente. Ficando acordada relembrando de como fui embora! Quando seu aniversário passou e eu estava longe, tão longe. Eu lembrei do verão, todas as horas bonitas. Eu assistia você rindo a uma pequena distância de mim e percebi que amava você desde aquele outono. Depois veio o frio, com os dias escuros, e você sempre ao meu lado me esquentando. Logo os dias difíceis, quando o medo se arrastou na minha mente. Você me deu todo o seu amor, e tudo o que eu lhe dei foi um adeus.
terça-feira, 12 de abril de 2011
inferno pessoal
os gritos estão matando todos eles.
os desentendimentos, estão acabando com as almas daqueles corpos pequenos e inocentes.
as coisas não vão bem, eles estão quebrados por todas as partes.
morrendo, não sabem como lidar com isso.
a dor diferente de cada um deles, é negra, suja, terrivél.
são dores diferentes pra se completarem, eles nao conseguem sobreviver á isso.
choros, agressões, nada consegue resolver.
o dia-a-dia daqueles seres está quebrando muito mais do que a felicidade.
a paz não existe naquela casa.
destrução, mentiras, caos, tragédia.
esta bela tragédia está me consumindo.
este destino morto, esta nos levando para longe.
sim, esse é meu inferno pessoal.
os desentendimentos, estão acabando com as almas daqueles corpos pequenos e inocentes.
as coisas não vão bem, eles estão quebrados por todas as partes.
morrendo, não sabem como lidar com isso.
a dor diferente de cada um deles, é negra, suja, terrivél.
são dores diferentes pra se completarem, eles nao conseguem sobreviver á isso.
choros, agressões, nada consegue resolver.
o dia-a-dia daqueles seres está quebrando muito mais do que a felicidade.
a paz não existe naquela casa.
destrução, mentiras, caos, tragédia.
esta bela tragédia está me consumindo.
este destino morto, esta nos levando para longe.
sim, esse é meu inferno pessoal.
Assinar:
Comentários (Atom)